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Aparecida,24/04/2025

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Intolerância religiosa? Fala de Maria de Fátima em “Vale Tudo” é criticada na web

portalleodias.com
Intolerância religiosa? Fala de Maria de Fátima em “Vale Tudo” é criticada na web

Não bastassem os escândalos nos bastidores da novela, mais um burburinho envolvendo “Vale Tudo” tomou conta das redes sociais na noite desta quinta-feira, 17, enquanto o capítulo ia ao ar. A polêmica da vez foi causada por uma fala da vilã Maria de Fátima. Em cena, a personagem afirmou: “Não quero nem falar desse atraso de vida. Se Deus quiser, nunca mais encontro esse Tranca-Rua na minha frente.”


A maneira pejorativa com que Fátima se referiu à entidade foi imediatamente criticada nas redes, especialmente no X (antigo Twitter), onde usuários apontaram um caso claro de intolerância religiosa. Muitos acusaram a novela de associar Tranca-Rua, símbolo das religiões de matriz africana, a algo negativo ou demoníaco.





O influenciador e ex-BBB André Gabhe comentou: “A Globo bombando conteúdo evangê na cabeça da urbe ignara, e me vem Manush Days demonizar Tranca-Rua. Em pleno abril de 2025…”.


Na versão original que foi ao ar no capítulo 19 (e que está disponível no Globoplay) não havia essa fala. Realmente, tratar César (Cauã Reymond) como Tranca-Rua no mau sentido foi uma criação de Manuela Dias, autora do remake.


Vale lembrar que Tranca-Rua não é considerado uma entidade maligna nas religiões afro-brasileiras. Pelo contrário: ele é visto como um guardião de encruzilhadas, protetor dos caminhos, defensor das mulheres e dos oprimidos. Seu papel é abrir caminhos e vencer demandas difíceis. A associação com o diabo, comum em alguns discursos cristãos, é considerada um erro conceitual. Tranca-Rua atua em nome do bem e da justiça, segundo as tradições do candomblé e da umbanda.


A fala da personagem ocorre num contexto especialmente sensível. Segundo dados do Disque 100, canal de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Brasil registrou 3.853 violações motivadas por intolerância religiosa em 2024, um aumento de mais de 80% em relação a 2023, que contabilizou 2.128 casos.


Só em 2025, já são 178 denúncias — 60 delas no estado de São Paulo, seguido por Rio de Janeiro (21) e Bahia (19). O candomblé e a umbanda já somam 20 casos de ataques com motivação religiosa apenas este ano.


O episódio reacende o debate sobre a responsabilidade da teledramaturgia em representar, com respeito e conhecimento, a diversidade religiosa do país.




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